7.3.07

O país público.

Ana Avoila,representante da Frente Comum de Sindicatos,disparatou em todas as direcções,no fórum da TSF e na Antena Aberta da RDP,sobre a possibilidade de trabalhadores da administração pública,com 2 anos consecutivos de avaliações negativas,poderem ser despedidos com justa causa após processo disciplinar.Despedimento (independentemente de ser com justa causa)é a palavra que agita desde logo esta gente,que pensa ter emprego para a vida.
Vamos lá a ver:
-Se um trabalhador tiver um ano com avaliação negativa,terá sempre o seguinte para melhorar o que quer que seja que o penalize.
-O facto de (como dizem) os chefes favorecerem alguns é falacioso.Alguém tem que avaliar,e essa avaliação terá que ser (depois) aprovada por um seu superior,com toda a certeza.
-Havendo objectivos claros e exequíveis,não vejo que problema terá um funcionário público sério e trabalhador em ser avaliado.Conheço vários que assim pensam.

Por fim,convencido que,como em qualquer tipo de profissão há boas e más reses,há que,rapidamente,implementar um plano deste tipo,que irá sendo limado ao longo do tempo.Podem ir buscar exemplos à iniciativa privada.

Devo dizer que,no que concerne à multinacional onde trabalho,toda a gente é avaliada semestralmente,havendo um comité que analisa todos os resultados e os confronta com o avaliador,sendo caso disso.
Gosto?Não tenho que gostar,são as regras do jogo.Mais,como se diz na minha terra,a porta da rua é serventia da casa e isto é válido para os funcionários públicos.Não gostam,façam-se à vida.

Portanto,D. Avoila,é tempo de acabar com os madraços e acomodados deste país.Vá lá trabalhar e deixe-se de merdas.

18 comentários:

AM disse...

Caro José

Apesar de não ter ouvido as declarações da senhora, e de muitas vezes não me identificar com as expressões e as "formas-de-luta" do nosso sindicalismo, não posso deixar de manifestar o meu desacordo com o conteúdo e em particular com o "tom" desta sua posta.

Por onde começar...

O problema não está na avaliação, que ao contrário do que é papagueado pela central de informação do governo (e pela comunicação social a soldo...), nem sequer é nenhuma novidade. Sempre fui avaliado no exercício das minhas funções públicas.

Penso que o principal problema está nesta ilusão de "reformar" o sector público à semelhança dos "privados", como se pudessem ser realidades equiparáveis.

Estas medidas de largar borda fora os elementos (politicamente, tecnicamente, etc.) indesejáveis, ditos "incompetentes" (mas não sejamos ingénuos...), apenas visa condicionar, e manter sobre a ameaça do despedimento quem quer que ouse levantar cabelo e afrontar o "monstro" dos interesses instalados, para logo em seguida poder "troca-los" (aos "cromos") por elementos muito mais simpáticos e colaborantes com os interesses dos donos do poleiro...

Ir buscar à iniciativa privada os bons exemplos e as melhores práticas de gestão, a bem da rigorosa gestão da coisa pública (de todos nós) da nação, pois sim senhor, de acordo.

Agora ameaçar a justificadíssima contestação social às políticas socialistas (?) do engenheiro (?) com o olho da rua, ou, em homenagem ao seu blog, com um valente pontapé no cu, é que não.

O parágrafo final é particularmente infeliz.

Sardanisca disse...

Reafirmo o que disse.Neste comentário,a parte das "medidas de largar borda fora..." é precisamente aquilo contra o que me insurjo.A ideia pré-concebida do despedimento para quem levanta o cabelo,a manutenção dos 'indesejáveis' (o termo não é meu) é sempre o argumento des resistentes à mudança que acho fundamental.
Mais,quem trabalha não tem que recear avaliações,venham de quem venham.
Quanto à D.Avoila,aconselho vivamente a audição...
De qualquer modo,aceito que não concordem com aquilo que digo.
Um abraço.

Sardanisca disse...

Já agora,o que sugere para os inmcompetentes,acomodados e,porque não dizê-lo,madraços da coisa pública,porque os há?
Mantê-los?Dar-lhes 10 horitas de formação para que percam a resistência ao trabalho e à mudança que sempre atestaram?
Mais 10 horitas para aprenderem a dizer bom dia e mostrarem boa catadura?
Dar-lhes mais 1 euro por cada minuto além das 17 em que se mantenham no posto de trabalho?
Mais uma vez,conheço muitos e bons funcionários públicos que devem estar bem revoltados com os calaceiros com quem repartem não o trabalho mas apenas a repartição...

Anónimo disse...

Que se fodam...trabalhem!!!!

Unknown disse...

O problema é quando se começa a falar em avaliação: foge tudo como o Diabo da Cruz.
Não vale a pena refutar o que consta do post: todos temos de ser avaliados nos nossos postos de trabalho. Ponto Final.

AM disse...

Caro José

Isto dava pano para mangas...
Aliás, isto dá pano para mangas...
O José trabalha "na privada" e lá terá as suas razões.
Eu trabalho "na pública" e tenho uma vida cheia de histórias para contar...

O que está em causa, não são as avaliações (que sempre existiram) nem qualquer resistência à mudança... o que está em causa, é esta "obsessão" com os "malandros" dos funcionários públicos... mas adiante.

O José pede-me soluções (milagres?) para problemas complexos... e logo a mim que não sou candidato a coisa nenhuma...

Pior que isso dos acomodados e dos madraços, são as chefias cães-de-fila de “graxistas” incompetentes que premeiam e perpetuam o desleixo e a bandalheira, os exércitos de boys & girls pelos gabinetes e corredores, os administradores das empresas de capitais públicos na falência técnica com ordenados (e demais mordomias) literalmente milionários, o compadrio e a promiscuidade entre a politica e quase tudo o resto, a gestão danosa dos bens públicos, etc., etc. etc.

Mas já me estou a desviar da questão...
A "culpa" do estado a que isto chegou, do défice e assim, é dos funcionários públicos e não há manif. ou greve que nos valha.

Um abraço.

(O José tem mail? Gostava de lhe contar algumas das minhas histórias, fora da vista dos “Peeping Tom” das caixas dos comentários.)

AM disse...

bikoka

O problema não é quando se começa a falar em avaliação, que sempre existiu (pode ser que de tanto repetir...), mas quando se começa a falar em despedimentos.

O despedimento de políticos demagogos e mentirosos ou de gestores públicos incompetentes será a próxima "reforma"?

Anónimo disse...

Caro "am", partindo do principio que sempre existiram avaliações ao desempenho dos funcionários públicos, e nada tenho contra eles, qunatos já forma despedidos pelo fraco desempenho das suas funções? Quantos foram penalizados por não atenderem devidamente quem os solicita?!!!

Caro"am", a minha mulher é funcionária publica e nunca foi avaliada. Nem ela nem quem com ela trabalha!!!
E nunca ninguém foi despedido na repartição onde trabalha...mas já viu muitos serem promovidos sem trabalharem!

Por favor, quem não deve não teme, eu trabalho numa multinacional, sou constantemente avaliado, e não tenho medo. Tenho é que dar tudo para manter o meu posto de trabalho. Enquanto, alguns, vivem sem essa preocupação...ele está garantido!

AM disse...

Caro "Douro"

Não me diga que acha que é com o novo sistema de avaliação que as "injustiças" vão acabar!?

A única diferença é que enquanto o "sistema" antigo (o "actual") "protegia" os "bons", o "sistema" (do pontapé no cu) proposto não protege... ninguém! Nem "maus" (que se lixem...), nem "bons".
Com o actual sistema (quase) não se pode despedir ninguém que o mereça. Com o novo sistema, passa a ser fácil despedir alguém que não o mereça.

Quem não deve não teme? E quem não teme? Fica a dever...

formiga bargante disse...

Peço desculpa aos participantes, mas vou lançar um pouco mais de confusão neste "debate".

Esta semana foi tema de parangonas o facto dos trabalhadores com baixa superior a 30 dias serem obrigados a uma junta médica.

Apoiado, gritou o pessoal, temos que "moralizar" o país.

Entretanto, na Assembleia da República, o partido maioritário, o PS (partido em quem votei nas últimas eleições) tudo fez (e conseguiu) para ignorar o pacote anti-corrupção apresentado por Cravinho.

Afinal, em que ficamos?

Os funcionários públicos não trabalham? Olho da rua!

Os doentes estão com baixa fraudulenta? Olho da rua!

Os políticos, activa ou passivamente prestam-se à corrupção? Perdem eleições e vão para casa disfrutar dos "proventos" das suas generosas actividades em favor de todos nós!

Desculpem lá, mas há qualquer coisa nestas histórias que não bate certo!

Cumprimentos a todos.

Sardanisca disse...

Devemos separar as águas:na administração pública há vários sectores,digamos assim.Por exemplo,a minha mulher é professora,classe que está debaixo de fogo,sendo do conhecimento público algumas das barbaridades que a ministra está disposta a implementar.Todavia,ela (a minha mulher) concorda com algumas das medidas de fundo tomadas,que tentam levar a uma classe docente sem os vícios de forma de anos anteriores.A avaliação não a assusta,embora eu ache que os critérios são descabidos no que se refere à assiduidade(faltas por doença ou morte de familiar serem contabilizadas para penalizar).
Diz-me que se tem que começar por algum lado.
Suponho que este princípio deva ser válido para toda a função pública.Sei que há os "kiss ass" do chefe que por sua vez beija o cu do seu e por aí fora,mas há que começar por algum lado.Nunca irá ser um sistema estanque e plenamente justo mas,repito,tem que haver um começo.E,caro am,conheço muitos casos dos que me refere,para além dos bons.Moro numa cidade pequena e basta ir à Câmara Municipal para ver o que comenta antes,mas reitero,há que começar por algum lado.E,cá entre nós,aquilo que a D.Avoila vociferava sobre a incerteza no futuro,ai que medo e tal,talvez funcione em 1ª instância para melhorar desde logo as coisas.No sector privado já é assim.Para evitar os peeping Tom,am,vá ao topo da barra lateral e "diga-me coisas".Também posso partilhar consigo alguns casos talvez demasiado graves para serem postos aqui.

Anónimo disse...

Repito: que se fodam!!!Trabalhem!!!

AM disse...

Formiga

É o meu ponto

Ou há "moral" ou não deixam ninguém sem almoço...

P.S. e qual é o valor da multa para quem votou... precisamente. :)

José

Concordo que não está em causa a necessidade de avaliação ou de "mudar".
Há que começar por algum lado... pois... pelos "bodes expiatórios" do défice: os funcionários públicos.
Os funcionários públicos que paguem a crise!
A maneira arrogante e mentirosa como estas "mudanças" estão a ser concretizadas não conduz a qualquer melhoria no estado das coisas, mas apenas à perpetuação da falta de motivação e brio dos ditos funcionários.

"megafone"

Vá para o trabalho...

AM disse...

José

só para dizer mais uma coisa

como a sua mulher é funcionária pública e como também conhece outros "casos"... resolvi poupa-lo à leitura das minhas histórias e adiar a nossa troca de correspondência para melhor e mais feliz ocasião

Um abraço

Anónimo disse...

caro am,

escreve conforme pensa...à funcionário público!
E não se preocupe...vou para o trabalho e tento sempre fazer o melhor!
Mas percebi a sua frontalidade, ou melhor feminilidade...

Anónimo disse...

Caro "am"...se trabalha-se tanto como escreve, e já agora, escreve no pc de casa ou do emprego?

Por favor quem não deve não teme, e para lhe responder, quem não teme não fica a dever. O problema é que quem tem rabos de palha...

Por favor, acredite, esta merda tem que acabar. Se está acima dela, por ser competente, não tema...porque a merda não lhe vai cair em cima!

Já pensou em trabalhar numa multinacional???

AM disse...

megafone

get a life

douro

O seu comentário é ofensivo e não mereceria resposta, mas como o dono do blog não o apagou eu vou satisfazer a sua curiosidade.

Escrevo em casa no meu PC.

Multinacional??? Pode ser na "Proletários de todo o mundo: uni-vos!"?

Sardanisca disse...

Não tenho por hábito apagar comentários,porque nunca foi caso disso.Apesar de tudo,penso que esta "discussão" tripartida está a gerar maus humores,não tendo sido esse o objectivo.Deixo o direito de resposta de am ser o último comentário a um post que "descambou" um pouco.
Vejo que há diferenças irreconciliáveis que não podem ser esbatidas com mais comentários.
Se for caso disso digam-me qualquer coisa que abrirei de novo a caixa de comentários.