13.11.09

Uma das razões para acabar de vez com este modelo de avaliação dos professores.


"Nos termos do artigo 9º,ponto 2,do Decreto-Regulamentar nº 1-A/2009 de 5 de Janeiro,informo que a proposta de classificação final referente à avaliação de desempenho docente do ciclo 2007/2009 é de Muito Bom (9,5),depois de aplicados os critérios de desempate,em sede de Comissão de Avaliação,por ter sido esgotada a quota de menção Excelente."

Esta avaliação,que tenho na minha mão,tem desde já uma consequência:nunca mais a avaliada terá direito ao máximo de bonificação para progressão na carreira e poder aceder ao estúpido cargo de titular,que se obtém com 2 Excelentes consecutivos.Poderá,quando muito,obter um (este) Muito Bom e um Excelente (se houver quota para a próxima vez).

O que significa isto na prática?1 ano.1 ano mais para poder progredir.Porquê? Por causa das quotas.Porque,segundo a Senhora Dona Maria de Lurdes e seus apaniguados,o modelo de avaliação serve para premiar a Excelência,mas nem toda a gente pode ser Excelente.Mesmo que o seja.E a minha mulher foi,mas não a deixam ser.

Enquanto isso,as promessas da oposição começam a ser esquecidas e a novel ministra segue os trilhos da antecessora.

3 comentários:

Francisco Tavares disse...

De facto, se for essa a questão, se houver um limite desse género, é injusto. A verdade não está sujeita a quotas. A questão posta assim é chocante. Pronto isso é uma questão a modificar no modelo de avaliação! Mas não é razão para acabar de vez com ele. Há que aperfeiçoá-lo. E o caminho faz-se assim: caminhando.

Joaquim Ferreira disse...

Excelente... EXCELENTE POST... Sim, porque para os POSTS não há limites de EXCELENTES. E já agora, está mais que debatido... Só quem não quer entender as razões dos professores, quem é surdo dos olhos e cegos dos ouvidos (não é falha, é um trocadilho intencional!). Tal como este comentador diz (e bem, diga-se!) "A verdade não está sujeita a quotas. A questão posta assim é chocante." E na verdade, se fôssemos a colocar as outras profissões neste mesmo pé de igualdade, na Turma da minha filha onde há vários alunos (muitos!) com notas de 18, 19 e 20, nunca haveria lugar para ECELENTE senão para uma aluna. E a minha filha, com 20 a todas as disciplinas (e manteve a nota nos exames de 11º ano, numa Escola Pública - ESAS - de BRAGA, espantem-se!) seria a única a ter o Excelente. Sim, porque a aplicar-se as mesmas taxas RIDÍCULAS, INJUSTAS (e já nem vou falar dos critérios ABSURDOS como ABANDONO ESCOLAR - que é culpa dos empresários que os empregam ou dos pais! - ou absentismo - que é da culpa exclusiva dos pais, ou será que os professores é que têm de ir buscar os alunos a casa? - e os resultados - ou será que a culpa de alguns alunos da turma da minha filhos terem só 12 de nota ou até negativa, terá sido porque os professores é que não estudaram para fazer os exames pelos seus alunos?!). Notem que, se calcularmos 5% dos cerca de 30 alunos da turma da minha filha, apenas 1,5 alunos - um aluno e meio (que metade do aluno seria escolhida...?). Porque é mesmo CHOCANTE. E não há volta a dar a este modelo. É verdade que o caminho se faz caminhando porque, passando várias vezes pelo mesmo trajecto, o caminho traça-se. Mas se o destino do caminho é o ABISMO, há que mudar de rumo. E este MODELO é em tudo ABSURDO... Nos seus critérios para chegar a TITULAR desde a nascença. Sofreu já tantas mudanças que é uma manta de retalhos que nem para cobrir os joelhos chega...
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Sardanisca disse...

Caro Francisco Tavares:este é apenas um exemplo das múltiplas maleitas de que enferma o aberrante modelo de avaliação.
A única maneira é começar do zero ou de uma plataforma lógica,aceite por todas as partes.
Mas modificar profundamente uma coisa mal parida é impossível.
A excessiva carga burocrática ,a complexidade legislativa passível de diferentes interpretações ( não há uma cabeça pensante que debite um decreto escorreito de leitura única e simples) e o objectivo claríssimo de penalizar em vez de premiar (porque um excelente sem quota pode ser um excelente na folha de vencimento e na progressão na carreira,não acha?)deitaram por terra o projecto desde o início.

Mais,a minha mulher foi avaliada por este modelo,não tem nem nunca teve receio de o ser mas também foi das que marchou em Lisboa com os outros 120000 contra ESTA avaliação.
120000 a uma só voz não podem ser fantoches de sindicatos.Acho que já ninguém acredita nisso a não ser a máquina de marketing barato do governo.

Já agora,fale com um professor amigo (acho que toda a gente terá um).Perca (ou ganhe) uma tarde a ouvi-lo.Faça-lhe perguntas.Depois diga alguma coisa.
Cumprimentos.